Ultrassonografia translabial do assoalho pélvico feminino

Mar de 2019.

Autoras: Camila Carvalho de Araujo (1) e Natalia Martinho (2)

(1) Fisioterapeuta especialista em Saúde da Mulher. Doutoranda em Tocoginecologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Campinas/SP, Brasil.

(2) Fisioterapeuta especializada em Saúde da Mulher. Doutoranda em Ciências da Cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Campinas/SP, Brasil. Docente do curso de Fisioterapia do Centro Regional Universitário de Espírito Santo de Pinhal – UNIPINHAL.

 


 

             A ultrassonografia translabial é um método de baixo custo, simples, seguro e confiável para a avaliação de parâmetros biométricos referentes ao assoalho pélvico [1]. Causa pouco desconforto e pode ser realizada em mulheres de qualquer idade [2].

            Costuma ser realizada em posição de litotomia modificada, durante o repouso, a contração voluntária máxima (CVM) ou durante a manobra de valsalva. O transdutor é posicionado longitudinalmente no introito vaginal, na abertura dos grandes lábios, de modo que a sínfise púbica apareça na imagem ecográfica a menos de um centímetro da superfície do transdutor [1,2].

            Inicialmente são adquiridas imagens bidimensionais (2D), no plano sagital mediano (Figura 1). O exame deve ser complementado pela aquisição de imagens volumétricas (3D), que são reconstruídas nos planos sagital mediano, coronal e axial [1]. As imagens adquidiras em 3D podem ser renderizadas pelo operador de forma a mostrar o hiato genital , delimitado pelo músculo levantador do ânus e a sínfise púbica (Figura 2) [3]. A avaliação 3D na sua forma dinâmica (4D) permite avaliar em tempo real o posicionamento dos órgãos pélvicos e a função dinâmica dos músculos do assoalho pélvico durante diferentes atividades funcionais.

 


 

* Figura 1: Ultrassonografia translabial bidimensional (2D) do assoalho pélvico feminino em repouso. SP: sínfise púbica; U: uretra; B: bexiga; V: vagina; CA: canal anal; R: reto; MPR: músculo puborretal.

 


 

 

* Figura 2: Imagem renderizada (3D) do assoalho pélvico feminino obtida por meio da ultrassonografia translabial. Nessa imagem é possível medir durante o repouso, a contração voluntária máxima dos músculos do assoalho pélvico e a manobra de Valsalva, as dimensões do hiato genital (área1, diâmetro anteroposterior 2 e diâmetro látero-lateral3). SP: sínfise púbica; U: uretra; V: vagina; R: reto; MPR: músculo puborretal. *


 

 

*Exames realizados no equipamento GE Voluson 730 Expert (transdutor abdominal convexo volumétrico RAB4-8L).

 


 

REFERÊNCIAS

1. Dietz HP. Pelvic Floor Ultrasound: a review. Clin Obstet Gynecol. 2017;60(1):58-81.

2. Dietz HP. Pelvic Floor Ultrasound – Atlas and Textbook. 2016. Disponível em: http://sydney.edu.au/medicine/nepean/research/obstetrics/pelvic-floor-assessment/English/Resources/Literature/PF%20US%20Dietz%202016.pdf

3. Dietz HP. Ultrasound imaging of the pelvic floor. Part II: three-dimensional or volume imaging. Ultrasound Obstet Gynecol. 2004;23(6):615-25.

. Ultrassonografia translabial do assoalho pélvico feminino. Dr.Pixel. Campinas: Dr Pixel, 2019. Disponível em: https://drpixel.fcm.unicamp.br/conteudo/ultrassonografia-translabial-do-assoalho-pelvico-feminino. Acesso em: 28 Mar. 2024