Extravasamento no local de punção de contraste iodado em tomografia computadorizada.

Ago de 2024.

 

 

 

O deslocamento do cateter endovenoso ou a rotura da veia puncionada podem causar a injeção extravascular acidental do meio de contraste iodado necessário em boa parte das tomografias compatudorizadas. Essa complicação ocorre em aproximadamente 1% das tomografias computadorizadas contrastadas. A bomba de infusão do contraste interrompe a infusão quando detecta aumento da pressão necessária à infusão. Entretanto, antes disso, uma quantidade variável de contraste pode ser injetada nas partes moles perivascular, frequentemente na fossa cubital, no punho e  no dorso da mão.

 

 

Nesse caso demostrado, foram injetados pelo menos 20 ml de contraste no subcutâneo e no plano muscular da fossa cubital, palpável ao exame físico, antes que a bomba injetora interrompesse a infusão. O total a ser injetado nessa paciente seria 100ml. Nessa situação é importante avaliar se a quantidade de contraste injetada foi suficiente para causar  síndrome compartimental no membro, que pode ser suspeitada pela intensidade da dor local, possivelmente associada a parestesia e redução da temperatura e do pulso arterial da extremidade. Nesses casos, pode ser necessária cirurgia para a diminuição da pressão do compartimento, através da fásciotomia local, associada à extração manual da maior quantidade possível do meio de contraste. Felizmente, a maioria dos casos, como esse paresentado,  não apresenta síndrome de compartimento e cursa apenas com dor leve e manutenção da temperatura e dos pulsos. A conduta recomendada é a elevação do membro afetado para facilitar o retorno venoso. Também podem ser aplicadas compressas de gelo para o alívio da dor, com resultados variáveis. O mais importante é acompanhar a evolução por pelo menos 1 hora, e principalmente tranquilizar o paciente quanto à resolução favorável dos sintomas. Dada à viscosidade do meio de contraste, pode levar até 12 horas para que a coleção de contraste deixe de ser palpável. 

 

Nesse caso, documentamos, pela ultrassonografia, o meio de contraste, anecoico, permeando os planos subcutâneo e vascular, mas sem formar nehuma coleção significativa. 

JALES, Rodrigo Menezes. Extravasamento no local de punção de contraste iodado em tomografia computadorizada.. Dr.Pixel. Campinas: Dr Pixel, 2024. Disponível em: https://drpixel.fcm.unicamp.br/conteudo/extravasamento-no-local-de-puncao-de-contraste-iodado-em-tomografia-computadorizada. Acesso em: 15 Nov. 2024
Rodrigo Menezes Jales

Possui graduação em Medicina pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP (1999), Mestrado (2005) e Doutorado (2012) em Oncologia Ginecológica e Mamária (DTG-FCM / UNICAMP). 

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