Rotura extracapsular de implante mamário

Nov de 2016.

Autor: Dr. Eduardo Pontes Reis

Orientador: Dr. Orlando José de Almeida                

                                                                                                                                      


 

Caso clínico:

Mulher de 62 anos sofreu queimadura de grande área corporal na infância, e como sequela teve perda de praticamente todo o parênquima fibroglandular mamário, com grande prejuízo estético corporal. Aos 22 anos realizou mamoplastia de aumento, com colocação de implantes subglandulares bilaterais.

Há 15 anos percebeu mudança da forma e aumento da rigidez das mama, provavelmente devido a retração da cápsula fibrosa. Nega outras queixas que pudessem estar relacionadas à rotura, como dor à palpação.

Vem ao serviço para realizar mamografia de rastreamento.

 


Imagens

 

Mamografias nas incedências mediolaterais oblíquas mostram irregularidades do contorno nas porções superiores devido a imagens de alta radiodensidade adjacentes à superfície, que correspondem ao extravasamento  extracapsular do silicone (seta).

 

Mamografias nas incidências cranio caudais. Os achados de rotura extracapsular são mais discretos e identificados apenas no quadrante lateral da mama esquerda (seta).

 


Diagnóstico:

Rotura extracapsular de implantes mamários bilaterais.

 


 

Fonte: Seção de imagem do CAISM/Unicamp

 


 

Discussão:

As rupturas de implantes mamários são uma das mais frequentes complicações tardias das cirurgias para colocação de implantes mamários. Esta é uma condição já bem conhecida e estudada. Estima-se a incidência de rotura em 2 a cada 100 implantes por ano, o que a torna  a principal causa de retirada do implante. Na maioria dos casos há a formação de uma capsula fibrosa envolvendo o implante. As roturas intracapsulares ocorrem quando o implante se parte, mas a cápsula fibrosa permanece intacta. Na rotura intracapsular, como não há o extravasamento do silicone para o parênquima fibroglandular torna-se de difícil o seu diagnóstico pela mamografia, para tanto lançamos mão da ultrassonografia e da ressonância magnética.

 

Nas roturas extracapsulares, a capsula fibrosa também se rompe, proporcionando o extravasamento do silicone até o parênquima fibroglandular. Em casos mais extensos a deformidade e/ou a perda de resistência do implante podem ser detectados pelo exame clínico. O diagnóstico mamográfico é realizado pela identificação do silicone, principalmente nos quadrantes supero laterais.

 

A maioria das rupturas ocorrem após 10 a 15 anos da cirurgia, e a sua incidência aumenta quanto maior é a idade do implante, como podemos observar no caso apresentado, em que o implante foi realizado há mais de 40 anos

 


 

Referências Bibliográficas:

 

  1. Johnson M. Breast implants: history, safety, and imaging. Radiol Technol 2013;84(5):439-515.

 

  1. Juanpere S, Perez E, Huc O et al. Imaging of breast implants - a pictorial review. Insights Imaging 2011;2(6): 653-670.

 

  1. Gorczyca DP, Gorczyca SMGorczyca KL: The diagnosis of silicone breast implant rupture. Plast Reconstr Surg 2007;120(7Suppl1):49-61.

 

  1. Eurorad teaching files : Case 8831

 

  1. Scaranelo AMMarques AFSmialowski EBLederman HM: Evaluation of the rupture of silicone breast implants by mammography, ultrasonography and magnetic resonance imaging in asymptomatic patients: correlation with surgical findings. Sao Paulo Med J. 2004 ;122(2):41-7.

 

. Rotura extracapsular de implante mamário. Dr.Pixel. Campinas: Dr Pixel, 2016. Disponível em: https://drpixel.fcm.unicamp.br/conteudo/rotura-extracapsular-de-implante-mamario. Acesso em: 26 Abr. 2024