Fibroadenoma calcificado – relato de caso
Autora: Marina Pantoja T M Oliveira
Orientadores: Beatriz Regina Alvares
Rodrigo Menezes Jales
História clínica
Paciente do sexo feminino, branca, 58 anos, encaminhada para o CAISM por alteração em exame mamográfico. Queixa: Relata nódulo na mama direita percebido há alguns meses.
Achados de exame físico: nódulo próximo à aréola, no quadrante superior esquerdo, medindo aproximadamente 1,5 cm, aparentemente fibroelástico e móvel
Antecedentes familiares: Sem antecedentes familiares para câncer de mama. Relata mãe com câncer de ovário.
Imagens do Caso
Descrição das imagens
Radiografias focalizadas e magnificadas da mama direita, demonstrando nódulo hiperdenso, ovalado e circunscrito, com calcificações grosseiras em seu interior.
Conduta
Paciente realizou exames mamográfico e ultrassonográfico complementar, seguidos de biópsia percutânea de fragmento (core biopsy) da lesão.
Diagnóstico
Fibroadenoma complexo hialinizado com adenose esclerosante e microcistos. Focos de hiperplasia ductal típicos presentes.
Discussão
O fibroadenoma representa o tumor benigno mais mais freqüente nas pacientes com menos de trinta anos, acometendo até 20% das mulheres nessa faixa etária.
Ao exame físico, o fibroadenoma é um tumor móvel, bem definido, com tamanho médio de 2 a 3 centímetros, não aderido ao parênquima fibroglandular adjacente. Por essas características, ele é muitas vezes palpável, tanto pelo médico como pela paciente. Como o fibroadenoma responde às alterações hormonais da paciente, ele pode aumentar de tamanho e ficar doloroso perto da menstruação. A associação dos achados clínicos e de imagem torna bastante confiável o acompanhamento dessas lesões. O diagnóstico de certeza é feito pela biópsia do nódulo e pelo exame anatomopatológico, mas não é necessária na maioria dos casos. Quando indicada, a biópsia pode ser realizada através da biópsia de fragmento – core biopsy ou mamotomia – ou pela biópsia cirúrgica. A biópsia cirúrgica do fibroadenoma tem como vantagem adicional o tratamento definitivo do nódulo, ou seja, sua remoção.
Na mamografia o fibroadenoma costuma ser oval e circunscrito, podendo conter calcificações grosseiras nos casos hialinizados. Na ultrassonografia, o fibroadenoma é ovalado, com orientação paralela à pele (largura maior do que a altura), margens circunscritas. Por outro lado, o carcinoma de mama apresenta aos métodos de imagem, formato irregular, margens não circunscritas e orientação não paralela à pele (altura maior que a largura).
No presente caso, os achados mamográficos foram considerados benignos. Entretanto, o exame ultrassonográfico constatou irregularidades na superfície do nódulo e no momento desse exame, as mamografias atuais e anteriores não estavam disponíveis para comparação, justificando a realização de biópsia de fragmento. O exame histopatológico evidenciou que as alterações ultrassonográficas constatadas na lesão, se mostraram decorrentes da involução ou hialinização do fibroadenoma.
Fonte: Acervo didático da Seção de Imaginologia do CAISM/UNICAMP
Fotógrafo: Neder Piagentini do Prado: ASTEC/CAISM/UNICAMP.
Referências
Bland KI, Copeland III EM (eds.). The breast: comprehensive management of benign and malignant disorders 3rd. ed. St. Louis: Elsevier, 2004, 1628p.