Síndrome do cólon esquerdo pequeno

Jul de 2016.

Autora: Aya Fukuda

Orientadora: Dra. Beatriz Regina Alvares

                                                                                                                            


História Clínica

 

            Recém nascido (RN) a termo do sexo masculino, sem intercorrências, com 20 horas de vida apresentou vômitos depois de mamadas e distensão abdominal, além de não apresentar evacuação desde o nascimento, mesmo após realização de clister. Foi internada na UTI neonatal, e após avaliação clínica, foi formulada a hipótese diagnóstica de obstrução intestinal baixa do RN, sendo realizado o clister opaco (figuras 1 e 2). 

            Após a realização do o clister opaco o RN melhorou do quadro obstrutivo e no quarto dia de vida foi reiniciada a alimentação oral. A criança evoluiu sem intercorrências, recebendo  alta hospitalar.


Imagens do caso  

 

Figura 1: Clister opaco, incidência Antero-posterior (AP)

O clister opaco evidenciou falhas de enchimento no intestino grosso, redução de calibre no cólon descendente e dilatação do cólon transverso e cólon ascendente.

 

Figura 2: Clister opaco. Incidência perfil(P)

Radiografia em perfil, demonstrando a área de transição no ângulo esplênico.


Diagnóstico

Síndrome do Cólon Esquerdo Pequeno.


Discussão

 

            A “Síndrome do Cólon Esquerdo Pequeno” consiste em uma variante da “Síndrome da Rolha Meconial”. Mais da metade dos RN com esta afecção são também filhos de mães diabeticas ou possuem teste de tolerância à glicose alterado. (1,2)

            A sintomatologia apresenta-se como uma incapacidade do RN em eliminar mecônio por imaturidade das células ganglionares do cólon ocasionando um quadro de obstrução intestinal que varia de leve (resolução após enema opaco) a severa (podendo necessitar de colostomia temporária). (2)

            Os achados radiológicos demonstram alças intestinais dilatadas (radiografia simples do abdome) e cólon encurtado, com perda da tortuosidade habitual do ânus à flexura esplênica, onde também se observa uma zona de transição dos calibres (enema opaco). (2) Estes achados auxiliam na diferenciação com a Doença de Hirschsprung, a qual demonstraria inversão da relação reto-sigmóidea. Na aglanglionose, o reto é menor que o sigmóide dilatado, enquanto na relacão normal ocorre o contrário. (1) Outra diferença primordial entre estas afecções está no resultado anátomo-patológico, demonstrando a presença de células gangliônicas (normais, imaturas ou hipergangliônicas) na Síndrome do Cólon Esquerdo Pequeno e a sua ausência na Doença de Hirschsprung. (2)


Fonte

Acervo didático da Seção de Imaginologia do CAISM/UNICAMP.


Fotógrafo

Neder Piagentini do Prado: ASTEC/CAISM/UNICAMP.


Referências

1. Vinocur DN, Lee EY, Eisenberg RL. Neonatal intestinal obstruction. American Journal of Roentgenology 2012; 198(1), W1-W10.

2. Loening-Baucke V, Kimura K. Failure to pass meconium: Diagnosing intestinal obstruction. Am Fam Physician. 1999; 60:2043–50 

. Síndrome do cólon esquerdo pequeno. Dr.Pixel. Campinas: Dr Pixel, 2016. Disponível em: https://drpixel.fcm.unicamp.br/conteudo/sindrome-do-colon-esquerdo-pequeno. Acesso em: 26 Abr. 2024